quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Galinha- Raça pura, um bom começo


Instalações simples viabilizam investimentos no mercado de galinhas, que poderá ser uma boa opção para pequenos criadores.

Aliada às técnicas de melhoramento genético, a criação de galinhas de raça pura é considerada uma opção criativa para o criador iniciante,que pode escolher diferentes nichos de mercado para escoar sua produção. O leque de opções inclui o segmento de aves ornamentais, o de cruzamentos com raças nativas e o da preservação de raças.
A atividade de comercialização de galinha de raça pura não exige registro em órgãos de inspeção, nem aquisição de equipamentos que encarecem a produção. Além disso, a concorrência no mercado de carnes e de ovos para o consumo está acirrada com a expansão das granjas de grande porte, modernas e automatizadas, sobretudo no centro-sul do Brasil.
A avicultura nacional é uma das mais avançadas no mundo e está na liderança do comércio internacional. Opera, em grande parte, com o sistema de integrados, no qual a industria fornece os insumos em troca do fornecimento de aves engordadas. Caracterizada como avicultura empresarial, exige escala de produção. Para o iniciante na atividade, outros nichos de mercado precisam ser explorados.
Com uma simples instalação de parede de tela de arame e de cobertura de telhado de barro, é possível começar ma criação de raça pura.Os gastos com ração industrializada ainda podem ser reduzidos com a adoção do sistema de semi-confinamento. Em média, um terno, o correspondente a um macho e duas fêmeas de raça pura, necessita de dez quilos de ração por mês, a um custo aproximado de 12 reais. E, em um prazo de um ano, o terno de aves consegue uma reprodução de 70 a 120 aves para vender no mercado.
No comércio de galinhas ornamentais para sítios, chácaras, entre outras propriedades, as vendas de aves de raça pura conseguem preços altos. Podem somar, por cabeça, 60 reais e chegar a 100 reais em exposições.Para a venda das raças não é exigido qualquer tipo de documentação ou de registro.
Outra opção para o manejo de galinhas de raça pura é atender à crescente demanda de propriedades que buscam melhorar as linhagens de seus plantéis. Uma atividade que se expande no país é o das “caipiras melhoradas”, por meio da cruza entre galinhas puras com aves típicas caipiras, para a obtenção de aves com tamanho e peso maiores, além de ganhar resistência às doenças.
As raças mais indicadas para a transferência genética são rhode island red (dupla aptidão – carne e ovos), plymouth rock barrado (dupla aptidão), new hampshire (dupla aptidão, com desempenho para melhor postura) e gigante negra de jersey (dupla aptidão, mais voltada para a produção de carne). Na prática realizada com galos caipiras, os resultados já não alcançam os mesmos níveis de rendimento de carne e ovos.
Do cruzamento com raças puras, os frangos adultos chegam a medir entre 40 e 50 centímetros de altura – dos pés à cabeça – e possuem peso entre 2,5 e 3,5 quilos. Alguns, como os da raça gigante negro de jersey, ultrapassam os cinco quilos. As galinhas apresentam medidas um pouco menores.

Semi-confinamento

O regime de semi-liberdade, ou semi-confinamento, é um sistema de baixo custo para a criação de galinhas, desde que os pastos sejam rotacionados para garantir o crescimento e a qualidade das pastagens. Soltas durante o dia em área cercada e recolhidas ao galinheiro às 15 horas, as aves podem ser alimentar de espécies de plantas, como o rami e outras gramíneas, e gerar economia de até 40% nas despesas com a ração. Verduras, frutas e legumes também servem como complemento na criação a pasto. Na avicultura, a alimentação corresponde a 70% dos custos de produção.
Das experiências realizadas em alguns sistemas semi-intensivos, os criadores constataram, além da economia diária na alimentação das aves, ovos com gemas mais amarelas, com cascas mais resistentes e com quatro vezes mais vitaminas do que os das galinhas criadas em confinamento.
Outra maneira sugerida para baratear a alimentação é adicionar subprodutos da mandioca à ração composta de milho e soja. As aves comem 100 gramas de ração por dia (segundo a Aval – Associação de Avicultura Alternativa). A contra indicação é o fornecimento de promotores de crescimento, cujo uso é proibido.
Mesmo criadas soltas, as galinhas precisam de um abrigo para dormirem à noite e também, para protegê-la da chuva. Além disso, o galinheiro é uma maneira de manter as aves presas até o horário da postura, que ocorre às 11 horas da manhã. Assim, as fêmeas botam os ovos em seus ninhos sem correr o risco de ficarem perdidos na área aberta.
As galinhas descendentes de vários cruzamentos são excelentes poedeiras e garantem farta quantidade de ovos. A produção anual de uma ave chega a 265 unidades. Choca cinco ovos por vez e demora 24 dias para realizar a incubação. Para acelerar o processo, os ovos devem ser chocados por outras aves. O bom desempenho de uma poedeira depende de boa alimentação e de plano de luz adequado.
Os cuidados com alimentação são tão importantes, que chegam a interferir na formação da casca do ovo. É necessário rigor na composição das rações, principalmente em relação à presença de componentes minerais, como o cálcio. Zootecnistas recomendam o consumo de 4,1 gramas de cálcio por dia para cada galinha.
Muitas granjas, que operam com o sistema de confinamento, estão substituindo a tradicional farinha de ostra pela de pedrisco de calcário. O pedrisco tem o mesmo teor de cálcio e preço inferior ao da farinha,cujo valor é inflacionado com o custo mais alto da ostra. À medida que as galinhas ficam mais velhas, cresce a necessidade do minério perdido pela produção de ovos.

Estrutura rústica

Para baixos investimentos, antigos barracões e garagens nas propriedades podem ser adaptados para abrigar a criação de galinhas. A construção do estabelecimento pode ser feita com eucaliptos, bambus e tábuas, e mesclar ambiente rústico à tecnologia avançada, com a adoção de campânulas para aquecimento dos pintinhos de um dia, bebedouros e comedouros automáticos, segundo os técnicos.
Uma pequena criação de um terno – duas fêmeas e um macho, de raça pura - pode ser iniciada com uma instalação de 2m x 1,5m, onde caberiam poleiros para as aves dormirem e ninho para chocarem.
Chocadeiras e criadeiras são necessárias para o aquecimento dos primeiros 30 dias dos futuros pintinhos.
Com um consumo diário de, em média, 120 gramas para matrizes de raça pura, o custo com ração chega a 12 reais por mês. Para economizar, a criação a pasto é a melhor opção, além de incluir outros alimentos como verduras, frutas e legumes.São complementos alimentares que acabam reduzindo as despesas com ração. No entanto, como as galinhas ciscam pequenos bichos no chão, a vermifugação freqüente é exigida, além da vacinação contra outros tipos de enfermidades. 

CRIAÇÃO EM GRANDE ESCALA



ESCALONAMENTO DE PRODUÇÃO
    
O controle da produção essencial para a organização da atividade. Para um galpão pode-se obter os seguintes resultados:

Período de criação: 80 dias
Limpeza e descanso: 25 dias
Total: 105 dias

1 ano = 365:105 dias = 3,5 lotes

1 lote todo mês = 12 lotes/ano

12 : 3,5 lotes/ano = 3,42 galpões

    Portanto: se obtém 3,5 lotes por galpão. Para obter 1 lote por mês são necessários 4,0 galpões. O tamanho dos lotes é definido pela área dos galpões.
    Pode-se aumentar o número de criações por galpão usando-se o pinteiro durante os primeiros 28 dias de idade do pinto e depois transferindo-os para o galpão com piquete para o final da engorda.

MANEJO SANITÁRIO


    A higiene dentro e fora do galpão, independente do seu tamanho é importantíssima, pois evita diversos problemas sanitários na criação.
    Os principais procedimentos de manejo sanitários são:

Manter os galpões sempre limpos e desinfetados após cada criada
Fazer o vazio sanitário de pelo menos 15 dias após a desinfecção do galpão.
Aplicar corretamente as vacinas e medicamentos necessários.
Evitar o trânsito de pessoas e animais ao redor do galpão.
Não guardar restos da cama do lote anterior no galpão onde se está alojando novo lote.
Ter pedilúvios e rodolúvios em todas as saídas das instalações.
Recolher todas as aves mortas diariamente e depositá-las em fossas, obedecendo, uma distância mínima de 150 metros da granja.
Fazer o controle de insetos e roedores principalmente entre os lotes.


LIMPEZA E DESINFECÇÃO


    A limpeza e desinfecção não devem ser tratadas como simples preocupações estéticas, mas como medidas profiláticas de suma importância para a criação.


Como proceder:


Retirar toda a cama antiga.
Varrer o galpão todo.
Passar lança chamas em todo o chão e ao redor do galpão.
Lavar o galpão com água e sabão.
Pulverizar desinfetante (pode ser formol 5 % ou 8 %).
Fazer uma caiação (8 sacas de cal/200 litros de água) se necessário.
Espalhar a cama nova.
Desinfetar todo o equipamento.
Recolher entulhos ao redor do galpão.
Lavar a caixa d’água e encanamentos do galpão.
Manter os equipamentos em perfeito estado.
Colocar veneno de rato e inseticida (dentro do galpão) e retirá-los antes da entrada dos pintos.


OS GALPÕES



    Uma das inúmeras diferenças do frango caipira brasileiro para o frango de corte tradicional é que pode ser criado solto, confinado ou mesmo semi-confinado, dependendo do interesse do criador.
    Partindo deste conceito, o galpão pode ser novo ou mesmo aproveitamento de uma antiga instalação da propriedade. Todo local coberto e cercado torna-se um galpão em potencial, dependendo apenas da quantidade que se deseja criar e a que fim se destinará. É necessário apenas adequá-los às exigências básicas para a criação.
    Como não requer tanta tecnologia de construção quanto o galpão de frango de corte tradicional, é mais fácil construí-lo.
    Uma boa recomendação que deve ser seguida na construção do galpão é orientar a sua cunheira no sentido leste/oeste, desta maneira haverá menor incidência de sol no interior do galpão no calor e mais insolação nos períodos de frio durante o ano.
    Os galpões podem ser construídos sem muita tecnlogia ou até mesmo aproveitando material já existente na propriedade, mesclando-se a rusticidade das instalações à tecnologia avançada, como campânulas, bebedouros e comedouros automáticos. Une-se assim o útil ao baixo custo de construção.
    Precaução especial é não construí-lose em locais de difícil acesso, distante das fontes de alimentação ou mesmo longe da observação dos responsáveis.



CORTINAS 


    As cortinas são tão importantes quanto os outros equipamentos do aviário, tendo a função de proteger e aquecer as aves.
    Na criação de frango caipira , as cortinas podem ser feitas de sacos de ração reaproveitados, bambu, sapé, madeira e ráfia , desde que sejam seguros e permitam a passagem de luz solar para o interior do aviário.
    O manejo das cortinas e muito importante , pois através delas, a umidade e a temperatura interna do galpão são controladas.
    Nos primeiros 10 a 15 dias da ave recomenda-se que fiquem levantadas, e nas idades menos criticas, depois que as aves estão empenadas deve-se manter as cortinas abaixada, levantando as somente em horários frios, durante chuvas ou ventos mais fortes.
    Se o aviário estiver com um forte cheiro de amônia ou abafado , principalmente no período da manhã, deve-se quando possível, abaixa- las, de preferência do lado contrário à corrente de vento.



PIQUETES 

    
    Os piquetes já foram muito utilizados no começo da avicultura comercial no Brasil. Existe registros na literatura que em 1937 já se faziam piquetes para a criação de aves comerciais, tanto de corte como de postura.
    No sistema de criação do Frango Caipira procura- se resgatar esta técnica com grande sucesso.
    Cercados com telas de arame, bambu , madeira, alvenaria ou mesmo pré- fabricados, as cercas devem ter aproximadamente 1,80m de altura , devendo ter um espaço para o pasto. Não esquecer que árvores devem ser plantadas nos piquetes para obtenção de sombra em abundância.   
    Uma torneira com água corrente também é necessária, não pode existir possas d´ água, lixos,entulhos, e dejetos de animais nos piquetes.
    A formação dos piquetes tem o papel fundamental nesse estilo de criação , já que a ave tem o habito e a necessidade de pastar. A ave precisa de espaço para andar e desenvolver sua musculatura.
    Levando-se em conta a qualidade do solo, pode-se optar pelo plantio de um único tipo de grama ou da conservação de duas ou mais espécies.
    Para evitar predadores de solo, aconselha-se colocar sacos amarrados na tela em volta do galpão, para evitar o contato visual.

O PASTO


    O pasto é um ponto forte na criaçao do frango caipira, pois esta ave tem o habito de pastar.
    O alimento plantado deve ser com altos teores de proteina, boa digestibilidade, crescimento estolonifero, grande taxa de redobra, ja que os brotos fornecidos as aves devem ser novos e tenros . As folhas velhas e fibrosas são de baixa qualidade, determinando uma recusa natural da ave.
    Os capins e gramas mais usados para piquetes sao os mais proteicos, como o Capim Quicuiu,o Capim Napier, o Capim Coast-Cross, o Capim Tiffiton, a Grama Estrela Africana e outros, que tenham o sistema radicular baixo, pois assim, voltam a crescer rápidamente com as chuvas ou irrigações.
    Recomenda-se alojar 1 ave entre 1 a 5 m2, desta forma o piquete resistira o pisoteio das mesmas até a retirada do lote.
    O plantio só terá sucesso se encontrar um solo preparado.


EQUIPAMENTOS 


    Em qualquer atividade avícola, por mais rústica que seja, os equipamentos são fundamentais não é diferente com o frango caipira .
    


    Necessita- se portanto de:


    - Cortinas 
    - Círculos de proteção 
    - Comedouros infantis
    - Ventiladores 
    - Termômetros 
    - Campânulas 
    - Comedouros 
    - Bebedouros 
    - Nebulizadores

    Todos estes equipamentos devem fazer parte integrante de uma granja, mesmo sendo ela de frango caipira.          


COMEDOUROS

    O frango caipira, ao contrário do frango tradicional, necessita, depois de 30 dias, de dois tipos de comedouros, um para ração comercial e outro para ração alternativa.
    O processo de alimentação desta ave, nos primeiros 10 dias segue o tradicional. Usam-se bandejas ou comedouros tubulares infantis que são gradativamente substituídos por comedouros adultos.
    O espaçamento é muito importante. No caso de comedouros tubulares, devemos trabalhar com 1/80 quando pintainhos, e 1/40 quando adultos ou conforme recomendação do fabricante.
Nos comedouros tipo calha deve-se dar um espaço de 2,5 cm/ave quando pintainho, e aumentar para 8 cm/ave quando adulta.
    Os comedouros tipos calha podem ser de fabricação caseira, com materiais reaproveitáveis existentes na propriedade,como canos de PVC cortados ao meio, caixas de madeira e até mesmo bambu, de preferência com 1 metro de comprimento.
    Quando são usados comedouros tubulares comerciais ou mesmo de fabricação caseira, é desejável que a borda do prato tenha a altura do dorso da ave, acompanhando seu crescimento regulamos a sua altura, evitando assim desperdício de ração.
    Recomenda-se que a ração alternativa seja servida em comedouros tipo caixa ou calha, ao menos duas vezes ao dia, desta forma asaves se mantém sempreativas.
    O avicultor não deve deixar restos de ração alternativa de um dia para o outro. Mesmo com toda a rusticidade que lhe é peculiar, o frango caipira brasileiro sofre muito com fungos e bactérias, que se desenvolvem em rações com umidade.
    De maneira geral a ração, tanto alternativa como comercial, deve ocupar entre 1/3 e metade da altura da borda do prato, evitando assim desperdício de ração.
    A cada 7 a 10 dias, deve-se regular a altura dos comedouros, acompanhando o crescimento das aves.


COMEDOURO INFANTIL


    Recomendamos o uso de comedouros infantis tubulares, propiciam um menor disperdício e evita que o pintinho se alimente no chão onde outra ave está defecando. Uma opção aocriador é o comedouro tipo bandeja que é usado somente nos primeiros dias do pintainho, na proporção de 01 bandeja para cada 80 pintainhos. Com 10 a 12 dias de idade, são substituídos por comedouros tubulares e/ou calha, como o avicultor desejar. Estas bandejas podem ser de:

Madeira.
Alumínio.
Lata.
Plástica.
Papelão (fundo de caixa de pintainhos).

As rações dessas bandejas devem ser peneiradas pelo menos 2 vezes ao dia.

BEBEDOUROS


    Nos primeiros 10 dias são usados osbebedouros tipo copo de pressão, na medida de 1/60 ou conforme recomendação do fabricante. .Se o bebedouro for pendular automatico, com capacidade de 3 litros, usa-se 1/80 na fase inicial e 1/50 na fase adulta ou conforme recomendação do fabricante, e 4 cm / ave na calha ou bebedouro. Da mesma forma que os comedouros, tambem  os bebedourospodem ser fabricados na propriedade com canos de PVC, calhas usadas e bambus.
    Os bebedouros não devem ter vazamentos paranao molhar a cama ou produzir poças d´ água nos piquetes.
    Devem ser regulados a cada 10 dias, devendo ficar a uma altura de 5 cm acima do dorso das aves, evitando - se assim assim problemas com a cama molhada.
    Água limpa, fresca e pura deve existir em quantidade suficiente pois a sua eventual falta pode provocar perdas significativas por desidratação.



CÍRCULOS DE PROTEÇÃO     

    Como o próprio nome diz, o círculo tem como função básica proteger as aves quando ainda pintainhos, de correntes de ar, de frio, de predadores e ainda delimitar a área mais próxima possível da fonte de aquecimento e dos comedouros e bebedouros servidos a estas aves. 
    Geralmente esses círculos são feitos de chapas de Eucatex ou Duratex por serem mais viáveis economicamente, não se descarta a possibilidade de utilizar-se de chapas galvanizadas ou mesmo de folhas de papelão grosso, que tem a vantagem de ser mais higiênicos devido ao  seu descarte após o uso.
    A altura do circulo e bastante variável, indo de 30 até 70 cm .Devem ter uma circunferência de aproximadamente 5 a 7 m , para o alojamento de 500 pintainhos.
    No inverno, recomenda - se juntar dois círculos formando assim um único com 1000 pintainhos.

FONTE DE CALOR


    Tanto o frango caipira como o frango tradicional, necessitam de campânulas, usadas com fonte de calor artificial. São encontradas no mercado com facilidade de tamanho e capacidade diferentes. Geralmente usa-se campânula com capacidade de aquecimento de 500 pintos. As campânulas podem ser a gás, com resistência elétrica, luz infra-vermelha ou até mesmo à lenha.
    O seu uso pode variar de 1 a 15 dias, dependendo da temperatura ambiente.
    Na primeira semana de vida do pintainho é indispensável,pois ele necessita de uma maior quantidade de calor no início e vai diminuindo à medida que as aves crescem.




CAMA PARA O AVIÁRIO



    A cama de um aviário é um importante fator que interfere nas condições sanitárias e no bom desenvolvimento do lote. Mesmo sendo uma ave mais rústica,o frango caipira brasileiro também necessita de cama de boa qualidade.O material usado quando espalhado no galpão deve cobrir todo o seu piso,com o máximo de uniformidade, com a altura ideal variando de acordo com a época do ano: 5 a 8 cm no verão e de 8 a 10 cm no inverno.


    Uma cama de boa qualidade deve apresentar algumas propriedades indispensáveis:

Uma excelente capacidade de absorver a umidade, evitando o empastamento da mesma dentro do círculo.
Baixa condutividade térmica (bom isolamento do piso).
Partículas de tamanho médio.
Liberação rápida de umidade.
Umidade por volta de 20 a 25%.
Livre de substâncias indesejáveis ( fungos, toxinas,etc.)
Fácil Disponibilidade.
Baixo custo.


Podemos usar os seguintes materiais:

Maravalhas ou cepilho.
Sabugo de milho picado.
Capins secos.
Casca de arroz.

OBS: Se informe sobre a procedência da cama, se foi estocada em local seco e arejado, pois podem conter esporos de fungos que irão se multiplicar com a umidade da cama.


A VÉSPERA DA CHEGADA DOS PINTAINHOS.


    Na véspera da chegada dos pintainhos o criador deve certificar-se de que as instalações, cortinas, sistemas elétricos, hidráulicos e materiais a serem usados como cama, comedouros, bebedouros, círculos, campânulas, e estoque de gás estejam em perfeitas condições de funcionamento, limpeza e em número suficiente para a criação. 
    O galpão deve estar pronto para o recebimento das aves, com os círculos montados e todo o equipamento revisado,pelo menos 24 h antes da chegada dos pintainhos.
    Para um lote de 500 pintainhos é necessário 1 campânula, 6 bebedouros e 6 comedouros tipo bandeja.
    Na chegada dos pintinhos é importante mostrar-lhes os locais onde ele encontra comida, água e também a fonte de calor. O procedimento mais comum é colocar o bico do pintinho na água, depois na comida e finalmente colocá-lo em baixo da fonte de calor.


MANEJO


    Existem diversasmaneiras de criação de frango caipira .Tudo depende do nível tecnológico e da condição de cada produtor.
    Algumas condições básicas de criação são essenciais: tomar cuidado para que na chegada das aves, o galpão esteja limpo,desinfetado,com os círculos montados e que os comedouros e bebedouros estejam distribuídos e as campânulas pré aquecidas.
    Recomenda-se sempre que a primeira água a ser consumida pelas aves tenha algum hidratante, que pode ser comercial ou caseiro (de 200 a 300g de açúcar para 6 litros de água).
    Nos primeiros trinta dias, as aves podem ser alojadas em pinteiros ou criadas diretamente nos galpões, de acordo com a possibilidade do avicultor.
    Todo dia se faz uma vistoria no pinteiro ou galpão, observando se existem aves mortas ou mesmo aleijadas que devem ser retiradas.
    A partir da terceira semana, recomenda-se que as aves sejam liberadas pela manhã para um passeio, visando o desenvolvimento da musculatura, à tarde devem ser recolhidas.
    Já na segunda semana, pode-se permitir o acesso ao material verde picado, substuí-se então os comedouros infantis pelos que ficarão até o final do lote.
    Qualquer dúvida com relação ao estado geral do lote, deve ser esclarecida o mais rápido possível, para detectar precocemente um eventual problema e avitar assim o prejuízo na criação.

VENTILADORES



    Em determinadas regiões o clima é muito quente. Nestes casos recomenda-se o uso de ventiladores. Este equipamento é muito útil, ajudando a refrescar o ambiente interno do galpão.
    Utiliza-se 1 ventilador para cada 25 metros ou conforme a recomendação do fabricante.




NEBULIZADORES 



    Muito utilizados em criações de frango de corte. Embora não sejam essenciais ao frango Paraíso Pedrês, podem melhorar o desempenho do lote, reduzindo a mortalidade das aves.Os nebulizadores devem ser utilizados conforme a recomendação do fabricante. 

VACINAÇÃO E VERMIFUGAÇÃO

    Normalmente o pequeno avicultor não se preocupa com os programas de vacinação e vermifugação. Comete um erro gravíssimo, pois estes programas não representam um custo elevado, se comparados aos prejuízos que um verme ou doença podem causar ao lote.
    O esquema de vacinação varia de região para região, recomenda-se que verifique o esquema utilizado por uma granja de frangos comerciais perto da propriedade, pois esta granja já conhece os desafios regionais. Pode-se consultar também a casa da lavoura do município. 


Exemplo de esquema de vacinação:

Caipira de corte:


IDADE
    TIPO DE VACINA    VIA DE APLICAÇÃO  
  

   
10 dias    Newcastle B1 + Gumboro    Água      
14 dias    Gumboro Plus    Água      
21 dias    Gumboro    Água    



Caipira de postura:


IDADE
    TIPO DE VACINA    VIA DE APLICAÇÃO 

      
7 dias    Newcastle HB1 + Bronquite 52 + Gumboro    Ocular ou água      
25 dias    Bouba Forte    Membrana da asa      
35 dias    Newcastle La Sota + Bronquite H52 + Gumboro    Água      
50 dias    Coriza Hidróxido de Alumínio    Injetável na coxa      
70 dias    Newcastle La Sota + Bronquite H52 + Gumboro     Água      
100 dias    Encefalomielite    Água      
120 dias    Coriza Oleosa    Injetável no peito      
135 dias    Vacina Tríplice Oleosa + Newcastle + Bronquite + EDS    Injetável no peito   


OBS: Recomendamos que o programa de vacinação seja elaborado com base nas condições e histórico sanitário da região.


    Para vermes, os melhores resultados são obtidos com Mebendazole, fornecido,em dosagem única,aos 35 dias de idade da ave.
    No dia da vacinação, deve ser retirada a água de bebida duas horas antes do fornecimento da vacina às aves. Se a água for clorada, a cloração deve ser interrompida por no mínimo, 24 horas.
    Só fornecer água clorada novamente depois de 24 horas da vacinação. As recomendações do fabricante das vacinas e medicamentos devem ser seguidas rigorosamente.
    A rotação de piquetes é necessária para quebrar o ciclo da verminose e coccidiose. 



    Orientação para a criação de aves de postura caipira:


    É necessário a suplementação de cálcio, via ração ou calcário na fase de postura. Deve-se tomar cuidado com o peso das aves, principalmente no período da recria ( de 4 a 18 semanas).
    Um programa de iluminação acima de 10 lux é necessário para o desenvolvimento sexual das aves, maior uniformidade e maior produção. De 27 a 30 wattspor m2, consegue-se atingir um total de 10.7 lux. Segue a tabela de programação de luz:

De 0 a 8 semanas   -   Luz Natural.
De 9 a 16 semanas  -  12 horas.
De 17 a 18 semanas - 14 horas.
De 19 a 75 semanas - 17 horas.

    Luzes de 60 watts dispostas a 2 metros da entrada do galinheiro, com 4 metros de distância uma das outras e 3 metros de altura.
    Colocar o ninho a partir da 15 ou 16 semana. Deve ser forrado com maravalha.O ideal é estar a 35 cm de altura do piso, com uma abertura de frente e fundo de 35 cm, ou seja, 35 x 35 cm.     É necessário também uma ripa de madeira de 5 cm na entrada do ninho, para evitar o disperdício da maravalha.
    Mantendo estes cuidados e não deixando a galinha engordar você obterá até 280 ovos por ano.
    Em algumas regiões tem-se o hábito de debicar as aves, que deve ser feita com debicador automático, aos 7 dias de idade. Depois deve ser ministrado um complexo vitamínico com vitamina K, para melhor cicatrização. Porém antes verifique se a ave caipira é aceita debicada em sua região. 

RAÇÃO BALANCEADA

    Por tratar-se de uma ave mais rústica, é possível alimentá-la com diversos tipos de alimentos.
    O programa alimentar recomendado é realizado com quatro tipos de ração. Estas rações dividem-se em PRÉ-INICIAL, de 01 a 13 dias; INCIAL, de 14 à 28 dias; ENGORDA, de 29 à 49 dias e a FINAL, dos 50 dias até o final.
Até os 28 dias, enquanto a ave está formando a sua estrutura, é interessante a utilização de ração balanceada, após este período ela pode ser dada ao final do dia como complemento a alimentação alternativa, para disponibilizar todos os nutrientes necessários para melhor aproveitamento desta alimentação alternativa.
    


ALIMENTAÇÃO ALTERNATIVA


    O ponto mais forte de uma criação de frango caipira é justamente a fonte de alimentação alternativa. Sem dispensar a ração comercial,os piquetes e os complementos (verduras, frutas,legumes e capim picado) têm um importante papel no desenvolvimento desta ave, fornecendo-lhe, a fibra e xantófila tão necessárias.

Entre os alimentos alternativos destacam-se:

Capim Quicuiu                Confrei
Capim Coast Cross                Rami
Capim Tiffiton                    Folhas de Batata Doce
Capim Estrela Africana            Guandu
Assa Peixe                      Hortaliças e Leguminosas

Mandioca ou macacheira (deve ser quebrada e colocada ao sol ou cozida para quebrar as proteínas nocivas a alimentação), restos de verdura, frutas ou qualquer subproduto da propriedade.
    As folhagens (Rami, Guandu, Assa Peixe, Confrei, Folhas de Batara Doce, Hortaliças e Leguminosas) podem ser servidas após a 2º semana de vida da ave, e os capins após 30 dias.

    

ILUMINAÇÃO

    O frango caipira, por ser uma ave destinada ao abate com idade mais avançada recomenda-se o fornecimento somente de luz natural, evitando-se assim o seu crescimento muito acelerado e o aumento de mortalidade.

TEMPERATURA

    A temperatura de um galpão é muito importante e seu controle permite obter resultados compensadores.
    As temperatura de conforto para as aves são está entre 20  e 28º C.
    A falta de calor traz problemas de desuniformidade do lote e o excesso desidrata. Para evitar estes problemas recomenda-se que o avicultor tenha sempre à mão um termômetro, controlando a temperatura ambiente constantemente.
    O termômetro deve ficar na lateral interna do círculo de proteção à altura da ave.

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